
Uma investigação da Universidade de Aveiro encontrou nas cabeças de salmão a possibilidade de, após moídas, serem aproveitadas para as indústrias alimentar e de produtos para a saúde.
A pesquisa veio revelar que essas partes do salmão, normalmente descartadas, “possuem um perfil lipídico passível de ser aproveitado na produção de alimentos e suplementos nutricionais”.
O estudo aponta para um teor de lípidos, “com predominância do ácido oleico, seguido pelos ácidos palmítico, esteárico e linoleico, uma composição com benefícios para a saúde humana”.
De acordo com uma nota de imprensa sobre a investigação, citada pela Lusa, o ácido oleico, conhecido pelas suas propriedades na redução do colesterol e ação, assemelha-se aos benefícios do azeite.
Já o ácido linoleico, um ácido gordo, desempenha um papel na saúde da pele e no sistema imunitário, enquanto os triglicerídeos presentes são fonte de energia “e podem contribuir para um melhor equilíbrio lipídico no organismo”.
Além da extração de óleo para suplementos alimentares, a investigação sugere outras aplicações para as cabeças de salmão, como a formulação de rações para aquacultura e agroindústria, a produção de biodiesel e a incorporação de lípidos em produtos cosméticos e farmacêuticos.
O trabalho da Universidade de Aveiro é assinado por João Monteiro, Tiago Sousa, Ricardo Calado e Rosário Domingues, e os resultados foram divulgados numa das publicações nas áreas de descoberta de medicamentos e farmacologia.
A investigação foi desenvolvida no âmbito do projeto ‘Fish Matter, da cabeça à cauda’, coordenado pela ‘B2E – Blue Bioeconomy CoLAB’, que visa impulsionar a redução do desperdício na indústria do pescado, fomentando uma utilização eficiente dos recursos