Universidade de Coimbra concede grau de doutor honoris causa a António Arnaut
04-Abr-2014
A Universidade de Coimbra (UC) vai distinguir o fundador do Serviço Nacional de Saúde (SNS) António Arnaut com o título de doutor honoris causa, disse ontem à agência “Lusa” um responsável da instituição.
O diretor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), José Reis, disse que a proposta de reconhecimento público de António Arnaut foi aprovada por unanimidade – «e com palavras calorosas» – em reunião do Senado universitário, na quarta-feira.
A homenagem tinha sido aprovada pelo Conselho Científico da FEUC, que fez a proposta ao Senado, e visa «reconhecer uma grande personalidade da nossa democracia e da nossa sociedade», realçando a sua ação como impulsionador do SNS, adiantou, prevendo que a cerimónia de doutoramento honoris causa de António Arnaut se realize nos próximos meses.
A proposta da FEUC, a que a agência “Lusa” teve acesso, salienta que «a institucionalização do SNS foi um marco relevante da nossa evolução social e da nossa organização coletiva nas últimas décadas, devendo continuar a sê-lo no futuro, pois a sua renovação e sustentabilidade são assuntos essenciais».
Assim, a Universidade «reconhece um cidadão de Coimbra com presença muito significativa na vida pública nacional das últimas décadas e com a sua ação política associada a uma das mais marcantes deliberações democráticas depois do 25 de Abril: o Serviço Nacional de Saúde, isto é, uma política pública de acesso aos cuidados essenciais e, portanto, de generalização do bem-estar, numa base igualitária».
António Arnaut disse à “Lusa” ter ficado «extremamente honrado e emocionado com a alta distinção» que a UC lhe vai atribuir.
«Era a coisa mais improvável que me podia acontecer», admitiu, frisando que «a honra é ainda mais reforçada» no ano em que o país está a comemorar 40 anos do 25 de Abril e 35 anos da criação do SNS.
Advogado, escritor e um dos fundadores do PS, António Arnaut nasceu há 78 anos no lugar da Cumieira, concelho de Penela, e licenciou-se na Faculdade de Direito de Coimbra, em 1959.
Grande-oficial da Ordem da Liberdade, após o 25 de Abril foi presidente da Comissão Administrativa da Câmara de Penela, deputado à Assembleia Constituinte e ministro dos Assuntos Sociais.
Na década passada, exerceu um mandato como grão-mestre do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa.