Urgência de Neurologia em Aveiro vai fechar, segundo sindicato médico
22 de julho de 2014
O Sindicato dos Médicos da Zona Centro (SMZC) deu ontem como certo o fim da Urgência de Neurologia no Centro Hospitalar do Baixo Vouga, manifestando a sua preocupação.
«É com preocupação, mas sem surpresas, que o SMZC assiste a mais este episódio no Centro Hospitalar do Baixo Vouga. A aparente falta de estratégia deste ministro e deste conselho de Administração é na realidade uma estratégia de destruição dos Serviços Públicos e de precarização do trabalho médico», considera aquele sindicato em comunicado.
Segundo o relato do sindicato, «o Serviço de Neurologia do CHBV é constituído por quatro médicos, dos quais três, em virtude da idade, estão já dispensados de realização de trabalho em urgência», pelo que o CHBV passa a contar com um especialista em Neurologia no Serviço de Urgência apenas 12 horas por semana.
Para aquela estrutura sindical, «é manifestamente insuficiente» para aquele Centro Hospitalar e vai sobrecarregar o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra.
Os três médicos que vinham assegurando o Serviço em Urgência, «por sentido de missão profissional e por respeito pelos doentes e pelas populações» decidiram fazer valer «o seu justo direito à dispensa de trabalho em Urgência», face ao «clima de desmotivação que se vive no CHBV e em resultado das políticas do ministro da Saúde e das atitudes prepotentes do Conselho de Administração», refere o comunicado sindical, citado pela “Lusa”.
«O SMZC responsabiliza o Ministro da Saúde pelo sucedido, uma vez que não foram abertos concursos públicos para Neurologia no CHBV que pudessem rejuvenescer os quadros deste serviço, e também o conselho de administração que não soube defender os interesses da instituição junto da tutela, de forma a cumprir a sua missão de prestar cuidados de saúde de qualidade às populações de Aveiro».
O Sindicato dos Médicos da Zona Centro disse ainda que «pode estar em risco o funcionamento da Via Verde de AVC e Trombólise no CHBV a muito curto prazo» e exige a abertura de concursos públicos para as carreiras médicas, de forma a colmatar rapidamente a grave falta de recursos humanos do CHBV nessa e noutras especialidades, não aceitando que as falhas de recursos humanos médicos sejam colmatadas pela subcontratação, através de empresas de trabalho temporário.