Urgência do Hospital do Litoral Alentejano sem chefes de equipa 05 de Março de 2015 A chefia de equipas da urgência do Hospital do Litoral Alentejano (HLA) tem sido exercida pelo diretor clínico, desde que os 16 médicos que assumiam o cargo se demitiram há uma semana, disse hoje um dos demissionários. A agência “Lusa” questionou, nos últimos dias, a administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), na qual o HLA, sediado em Santiago do Cacém, está integrado, mas não recebeu qualquer resposta até ao início da tarde de hoje. Também contactado pela “Lusa”, o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, José Robalo, referiu que, apesar de demissionários, os médicos só podem deixar de assumir o cargo após serem substituídos, o que ainda não aconteceu, no entanto um dos clínicos nessas condições garantiu à agência “Lusa” que estão apenas a desempenhar «funções assistenciais e clínicas». «Os signatários [do abaixo-assinado entregue na quinta-feira da semana passada ao diretor clínico dos Cuidados de Saúde Primários da ULSLA] têm exercido somente as funções assistenciais e clínicas, tendo a responsabilidade da chefia sido exercida pelo diretor clínico», afirmou o mesmo médico, que pediu para não ser identificado. Em declarações aos jornalistas na sexta-feira passada, a presidente da ULSLA, Maria Joaquina Matos, esclareceu que «tem de haver sempre um responsável” pela chefia de equipa no Serviço de Urgência, sendo que, por lei, não havendo nenhum médico nomeado, o cargo é assumido pela “pessoa mais diferenciada dentro da carreira médica». Por isso, Maria Joaquina Matos manifestou-se, na altura, «tranquila» em relação à situação, tanto mais que a chefia das equipas de urgência continuava a ser assumida pelos mesmos médicos. De acordo com o clínico que falou à “Lusa”, a 26 de fevereiro, dia em que os chefes de equipa apresentaram demissão alegando «degradação contínua das condições de trabalho», a administração da ULSLA reuniu-se com quatro dos signatários, por ser «impossível» juntar os 16 num tão curto espaço de tempo, mas «nada» ficou resolvido. «Depois disso, a presidente do conselho de administração desdobrou-se numa série de infelizes declarações públicas que em nada contribuíram para a resolução da situação, antes pelo contrário ainda a agravaram», frisou. Já esta semana, segundo o clínico, os chefes de equipa demissionários, em conjunto com médicos responsáveis por outros serviços, «decidiram que não havia qualquer possibilidade de diálogo com a administração». O presidente da ARS do Alentejo assegurou à “Lusa” que a administração da ULSLA «tem tentado ultrapassar» a situação com os signatários do abaixo-assinado e que «rapidamente» poderão ser encontradas soluções para «alguns dos problemas» apontados para que «o serviço funcione em condições». |