Urgências algarvias lotadas com idosos desidratados 30 de Julho de 2015 As urgências das unidades de saúde do Algarve têm estado lotadas, essencialmente devido à afluência de idosos desidratados que vivem sozinhos ou residem em lares.
O plano de contingência para responder aos efeitos do calor na saúde já foi ativado, foram abertas camas suplementares e diminuídas cirurgias não urgentes, tudo para evitar que haja doentes em macas nas urgências, adiantou ao “Público” o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Algarve, Pedro Nunes.
«Não é um calor tórrido mas as noites têm estado muito quentes sobretudo no sotavento algarvio. E são as temperaturas mínimas muito elevadas que contribuem para descompensar as doenças dos idosos», explicou Pedro Nunes, que nota que as urgências estão já a sofrer «a mesma pressão» que habitualmente sentem no Inverno e «agosto ainda nem começou».
Por dia, a procura dos seis serviços de urgência tem superado habitualmente «as 900 mil pessoas», quando, «nos períodos de acalmia, o número ronda os 600 atendimentos diários», compara o médico e administrador hospitalar. Os internamentos também têm estado a aumentar. Se, no mesmo período do ano passado, a média diária de internamentos era 45, este ano ascende a 50, de acordo com os dados fornecidos ao “Público”. A maior procura verifica-se na urgência do hospital de Faro, seguida da urgência do hospital de Portimão, mas os serviços de urgência básica de Albufeira, Loulé, Vila Real de Santo António e Lagos também têm contabilizado muitos atendimentos nos últimos dias.
«A situação está a complicar-se», avisou Pedro Nunes, enquanto lembra que o Algarve é «uma região bipolar, com dois períodos de crise,o Inverno [devido ao frio e à gripe], e o Verão, quando a população duplica (passa de 700 mil para cerca de 1,5 milhões)» e o calor aperta. Apesar desta sazonalidade, o pessoal «não duplica» no Verão. «Os profissionais são os mesmos e muitos estão a ficar envelhecidos e cansados. Há cirurgiões gerais à beira da exaustão. E por vezes torna-se muito complicado assegurar as escalas das urgências», sintetizou.
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