Urgências no hospital de Leiria quase duplicam média de atendimentos num só dia 17 de Agosto de 2016 As urgências do Hospital de Santo André, em Leiria, têm registado um aumento elevado de utentes, quase duplicando a média de atendimentos num só dia, informou ontem o Centro Hospitalar de Leiria (CHL). Em comunicado, o CHL refere que o serviço de urgências tem «verificado um afluxo especialmente elevado de utentes, tendo chegado, em apenas um dia, a atingir quase o dobro da média de utentes previstos, que é de 240, com 447 atendimentos registados», situação que se registou entre o dia 11 e 12. Citada no comunicado, a diretora clínica do CHL, Elisabete Valente, considera os dados «muito preocupantes» e entende que «revelam que ainda há muito a fazer no que respeita à sensibilização dos utentes e de todos os profissionais envolvidos na rede nacional de cuidados de saúde, para a correta utilização das urgências hospitalares», noticiou a “Lusa”. Segundo esta responsável «durante o mês de julho, 48,7% dos casos atendidos na urgência do Hospital de Santo André corresponderam a situações não urgentes». «Além da prevenção de contágios e do agravamento de situações mais simples, a utilização correta das urgências facilita o seu funcionamento no atendimento aos casos realmente urgentes», frisa Elisabete Valente, alertando que «na urgência não se fazem consultas, e esta é uma ideia que ainda não está bem entendida por todos». Durante o mês de julho, a urgência do Hospital de Santo André registou 8.824 atendimentos e nos primeiros 15 dias de agosto 4.223. O número médio diário de doentes socorridos na urgência na primeira metade do mês de agosto foi de 277, cerca de 17,3% acima da média de utentes previstos (240), à semelhança do cenário verificado no mês de julho, em que foram atendidos mais 18,6% de utentes, que o previsto. O CHL afirma que, apesar do aumento do número de atendimentos, «os tempos definidos pela prioridade – que compreendem o tempo de espera entre a triagem e a primeira observação – têm sido mantidos». No que respeita aos casos classificados com a cor amarela (urgentes), correspondentes a 45,52% do total de ocorrências em julho e nos primeiros 15 dias de agosto, o tempo médio de espera foi de 41 minutos, em julho, e de 42 minutos em agosto, cerca de 20 minutos a menos que os 60 minutos previstos. As situações classificadas como “não urgentes”, identificadas com as pulseiras verde, azul e branca (47,78% durante este período), registaram tempos médios de 92, 94, e 62 minutos, em julho, e 124, 185 e 77 minutos, em agosto, quando os tempos de referência de espera estão compreendidos entre os 120 (para casos identificados com pulseira verde) e os 240 minutos (para casos com pulseira azul). «A rede de referenciação de doentes está claramente definida a nível nacional, e inclui todos os prestadores de cuidados de saúde em todos os níveis, com uma hierarquia clara tendo em conta a urgência das situações. Os utentes devem dirigir-se às urgências hospitalares apenas em situações previsivelmente graves, ou em que a demora de diagnóstico e/ou tratamento possa acarretar graves riscos para a saúde, e estes casos são habitualmente referenciados pelo médico de família ou pelo INEM, e os doentes transportados ao hospital por esta via», frisou ainda Elisabete Valente. Em todos os outros casos, «os utentes devem antes procurar apoio de outros serviços de saúde, nomeadamente a Linha Saúde 24 ou os cuidados de saúde primários». «Em caso algum o utente deve usar por sua iniciativa os meios de socorro como transporte particular para ser atendido numa urgência hospitalar», reforça a diretora clínica, recordando que «também esses meios seguem a rede de referenciação e, em casos não urgentes, devem usar como destino os cuidados primários». |