Uso atempado de exames na diabetes, infeções e artrite pode poupar 20ME 15 de outubro de 2014 A utilização atempada do diagnóstico in vitro (DIV) no tratamento e deteção de doenças como a diabetes, as infeções nosocomiais e a artrite reumatoide resultará em poupanças de 20 milhões de euros, segundo um estudo que será hoje apresentado. O estudo “Valor do setor do diagnóstico in vitro em Portugal”, elaborado pela consultora Deloitte para a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA), avaliou o grau de utilização dos DIV, de exames, como as análises clínicas, e o respetivo impacto na qualidade de vida do doente e na sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS). No caso das doenças avaliadas – diabetes mellitus tipo 2, infeções nosocomiais e artrite reumatoide –, o estudo, citado pela “Lusa”, concluiu que existe um «benefício económico e social na introdução da utilização atempada do DIV» no tratamento e diagnóstico destas patologias. Em relação à diabetes, a investigação apurou que a implementação de um programa de rastreio, numa amostra de cinco por cento da população portuguesa com mais de 40 anos e face à prática clínica atual, resultaria num «benefício financeiro aproximado de um milhão de euros». «Este benefício advém de uma redução nas taxas de progressão dos doentes com pré-diabetes para diabetes e dos doentes com diabetes para um estadio com complicações», lê-se nas conclusões do estudo. A investigação concluiu ainda que «a implementação de um programa de rastreio na admissão hospitalar, seguido de medidas de prevenção e controlo da infeção/descolonização, possibilita uma redução na transmissão cruzada dentro do hospital, conduzindo a uma poupança aproximada de sete milhões de euros para o SNS». Outro benefício da medida seria a «redução de mais de 91 mil dias de internamento por ano». Outro objetivo da análise foi estimar, «na perspetiva da sociedade, o impacto económico de implementar, nos centros de saúde primários a nível nacional, um programa de sensibilização do diagnóstico precoce direcionado aos médicos de medicina geral e familiar». Segundo as conclusões do trabalho, «existe um benefício de 19,6 milhões de euros na implementação do programa de diagnóstico de doentes com artrite reumatoide nos cuidados de saúde primários». A dez anos, prossegue o estudo, «o Estado poderia beneficiar de uma poupança de 186 milhões de euros advenientes principalmente de uma redução dos custos indiretos (ausência ao trabalho e perda de produtividade)». Este estudo será apresentado hoje, durante a conferência sobre «o valor do diagnóstico laboratorial e o seu impacto na qualidade e na sustentabilidade em saúde», a terceira do ciclo “Saber Investir, Saber Inovar 2014” que a APIFARMA tem vindo a realizar. |