Vacina contra malária apresenta elevada eficácia em crianças 24 de Abril de 2015 Um estudo publicado hoje pela “The Lancet” revela que a primeira vacina contra a malária a chegar à fase III de ensaios, conhecida como RTS,S/AS01, mostrou ser eficaz em crianças e poderia começar a ser comercializada em outubro. Segundo o estudo divulgado pela revista britânica, a eficácia da vacina contra a malária severa é maior nos bebés do que nos recém-nascidos, mas diminui ligeiramente ao fim de um tempo em ambos os grupos. Além disso, de acordo com os resultados, graças à RTS,S/AS01 poder-se-á prevenir um elevado número de casos de paludismo, sobretudo em zonas de elevada transmissão. «Apesar de a sua eficácia diminuir à medida que o tempo passa, os benefícios da RTS,S/AS01 são indubitáveis», assinala Brian Greenwood, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. «Em 2013, cerca de 198 milhões de pessoas foram afetadas pela malária, pelo que o nível de eficácia da vacina se traduz em milhões de casos de bebés doentes, os quais poder-se-iam evitar», explicou o mesmo responsável, citado pela “Lusa”. Esta nova vacina tem sido desenvolvida para ser utilizada em países da África subsariana, onde a doença mata atualmente aproximadamente 1.300 crianças por dia. A terceira fase de ensaios clínicos da vacina foi realizada num universo de 15.459 bebés – de entre seis e doze semanas de vida e de entre cinco e dezassete meses – na sua primeira inoculação, em 11 zonas de sete países subsarianos (Burkina Faso, Gabão, Gana, Quénia, Malawi, Moçambique e Tanzânia), os quais apresentam diferentes níveis de transmissão de malária. «A Agência Europeia do Medicamento (EMA) vai avaliar a qualidade, segurança e eficácia da vacina e, caso aprove, a Organização Mundial de Saúde (OMS) poderá recomendar o uso da RTS,S/AS01 para o mês de outubro deste ano», disse o professor Greenwood. «Caso receba “luz verde” esta será a primeira vacina autorizada para combater uma doença parasitária no ser humano», frisou. Estima-se que aproximadamente 600 mil pessoas morram anualmente em África, na sua maioria menores de cinco anos, devido à malária, produzida pelo parasita Plasmodium falciparum, que tem como vetores diversas espécies do mosquito do género Anopheles. |