Vacina da BCG poderá voltar a ser obrigatória 19105

As autoridades consideram retomar a vacinação BCG, depois de, nos últimos anos, se ter registado aumento do número de casos de tuberculose em crianças.

A diretora do Programa Nacional para a Tuberculose, Isabel Carvalho, indica que a Direção-Geral da Saúde (DGS) está a estudar a possibilidade da vacina BCG voltar a ser ministrada às crianças de risco nas maternidades, o mais cedo possível, depois do nascimento.

Numa notícia avançada pelo site da “TSF”, informa-se que 34 crianças com menos de seis anos contraíram tuberculose (quatro das quais com alta gravidade), sendo que nenhuma das crianças infetadas tinha sido vacinada. Desde 2017 que a vacina BCG deixou de constar do Plano Nacional de Vacinação.

As regiões de Lisboa e do Porto são aquelas que apresentam o maior número de casos de infeção e por isso são consideradas prioritárias, porém Isabel Carvalho faz a ressalva de que ainda não há previsão de quando a medida irá avançar. «São ideias que têm sentido, que parecem ir melhorar a operacionalização da vacina, mas que ainda estão a ser trabalhadas», declara à TSF.

A diretora do Programa Nacional para a Tuberculose refere à fonte que esta hipótese ainda está a ser estudada e avança que não existe benefício em vacinar toda a população, pelo que não faz sentido essa prática. No entanto reconhece que o facto de existir uma baixa incidência da doença em Portugal fez com que os cidadãos e os profissionais de saúde começassem a desvalorizar a doença, o que, por sua vez, conduziu ao aumento do tempo de diagnóstico e a uma maior probabilidade de contágio.

A diretora do Programa Nacional para a Tuberculose contextualiza que tem ocorrido um atraso na administração da vacina às crianças que estão identificadas para vacinação, por razões logísticas. A responsável identifica ainda demoras no diagnóstico e falhas nos rastreios da doença. É ainda explicado que as crianças consideradas de risco são as que podem estar mais expostas a tuberculose, são as que têm pais «com VIH, com dependência de drogas ou álcool, com familiares de países de alta incidência ou que estiveram envolvidas num processo de exposição a tuberculose», diz Isabel Carvalho.

«Quando achamos que a tosse se arrasta e que, apesar de tomar vários antibióticos, os sintomas não passam, temos de pensar que pode ser tuberculose e é preciso procurar ajuda», faz notar.