Vacina pneumocócica conjugada reduz em 2/3 incidência da doença em crianças sul-africanas
07 de Agosto de 2014
A introdução de uma vacina pneumocócica conjugada, que protege as crianças de bactérias tipo pneumococo, origem de doenças graves como a pneumonia e meningite, reduziu em dois terços a incidência da enfermidade em crianças sul-africanas desde 2009.
Um estudo divulgado ontem pela revista científica “Nature” refere que a imunização contra o pneumococo na África do Sul também diminuiu os níveis de resistência aos antibióticos, algo inédito num país em desenvolvimento.
A vacinação é aconselhada a crianças maiores de dois anos que sejam portadoras de doenças crónicas, nomeadamente diabetes, doenças pulmonares, doenças cardíacas, doenças hepáticas, e em adultos, a partir de 65 anos, que tenham certas doenças do pulmão, coração, rim, fígado e sistema nervoso.
Segundo a “Nature”, a África do Sul introduziu a vacina em 2009 e desde então conseguiu baixar as infeções resistentes à penicilina em crianças e adultos, tornando-se no primeiro país africano a registar tal feito.
A GAVI Alliance, uma parceria entre instituições públicas e privadas com objetivo de salvar vidas de crianças e proteger a saúde da população, melhorando o acesso à imunização em países pobres, conseguiu evitar 500 mil mortes por pneumonia desde a introdução da vacina.
Neste verão, a vacina será administrada na Eritreia, Costa do Marfim e no Níger, países africanos onde as crianças receberão vacina para prevenir a pneumonia, meningite e outras doenças mortais causadas pela bactéria pneumococo (Streptococcus pneumoniae, nome científico).
«Os dados devem estimular funcionários de saúde pública em países de baixo rendimeto que ainda não adotaram a vacina para começar a usá-lo», considerou Anne von Gottberg, microbiologista do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis de Joanesburgo, que liderou um estudo divulgado ontemantecipadamente num congresso, intitulado “Proteger as crianças”.
A Organização Mundial da Saúde considera a resistência aos antibióticos nos países pobres é um problema gritante, nomeadamente devido ao excesso de prescrição.
A introdução de vacinas pneumocócicas no início de 2000 reduziu os casos de doença pneumocócica invasiva por mais de um terço em crianças vacinadas e não vacinadas em adultos em países desenvolvidos da Europa e da América do Norte, citou a “Lusa”.