De acordo com a Lusa, a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa) confirmou que a vacinação dos menores de 12 anos contra a covid-19 pode ser determinante para reduzir contágios e combater a variante Delta.
Ainda assim, o regulador europeu do medicamento continua à espera dos resultados de ensaios clínicos para tomar uma decisão. Até ao momento, a EMA garantiu à agência de notícias que não recebeu qualquer pedido dos laboratórios para aprovar a vacinação de crianças com menos de 12 anos.
De um modo geral, os testes clínicos pediátricos são analisados para que uma vacina seja aplicada primeiro em adolescentes e, progressivamente, em crianças abaixo dos 12 anos.
Após ser comprovada a eficácia e segurança da vacina, os laboratórios podem enviar os dados dos ensaios clínicos à EMA para a aprovação numa determinada faixa etária.
Até ao momento, já foram aprovadas duas vacinas de tecnologia RNA mensageiro (mRNA), que foram autorizadas pela EMA, para crianças a partir dos 12 anos.
Em maio de 2021, a vacina do consórcio Pfizer/BioNTech foi aprovada para utilização em menores dos 12 aos 15 anos na União Europeia (UE). No mês seguinte, o laboratório da vacina da Moderna também recebeu autorização por parte da EMA para proceder à imunização dos adolescentes entre os 12 e os 17 anos.
Na passada quinta-feira, o responsável pela estratégia de vacinação da EMA, Marco Cavaleri, alertou para o aumento de hospitações que afetam maioritariamente os adolescentes norte-americanos que não estão vacinados.
A Academia Americana de Pediatras (AAP, na sigla inglesa), que junta mais de 67.000 profissionais, mostra-se preocupada com estes dados e pediu à Agência Norte-Americana do Medicamento (FDA, na sigla norte-americana) para iniciar rapidamente a vacinação de todas as crianças.
A rápida propagação da variante Delta, que é predominante nos Estados Unidos da América (EUA), está na génese do pedido efetuado pela AAP ao regulador norte-americano do medicamento.
“A variante Delta criou um risco novo e urgente para crianças e adolescentes em todo o país, assim como para os adultos não vacinados”, alertou a AAP, citada pela agência Lusa.
Desde o início da pandemia, as crianças representaram 14,3% do número total de casos de infeção pelo novo coronavírus, percentagem que, recentemente, aumentou para 19% nos Estados Unidos.
Em Portugal, os dados mais recentes da Direção-Geral da Saúde (DGS) demonstram que a incidência de novas infeções nos jovens por 100.000 habitantes está a baixar, apesar de continuar a apresentar valores bastante elevados.
Nas faixas etárias mais jovens, registaram-se, até agora, cinco óbitos e um total de 117.281 infeções, o que representa 11% do total de casos positivos à covid-19.