Em 2023, os medicamentos genéricos permitiram alocar à saúde um financiamento superior a 580 milhões de euros, mais 71,6 milhões do que em 2022, o que corresponde a um crescimento de 14,1%. Este é o número mais alto de sempre em 13 anos de contabilização. No total, entre 2011 e 2023, os medicamentos genéricos já permitiram libertar recursos no valor de 5.871 milhões de euros, valor apontado recolhido pelo Netfarma junto da Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (APOGEN).
Maria do Carmo Neves, presidente da associação, destacou, respondendo a algumas questões do Netfarma, que “Os recursos libertados pelos medicamentos genéricos evidenciam a elevada confiança dos utentes e dos profissionais de saúde nestas soluções terapêuticas mais custo-efetivas com elevada qualidade, eficácia e segurança. O valor em 2023 é especialmente significativo e impactante, já que este é o número mais alto de sempre em 13 anos de contabilização”.
A responsável referiu ainda que, durante os 31 anos há que já são comercializados, o “valor gerado pelos medicamentos genéricos tem crescido ano após ano, o que evidencia a sua importante missão na saúde, na economia e na sociedade”. “No total, segundo as estimativas da APOGEN com base em dados do setor, os recursos libertados pelos medicamentos genéricos entre 2003 e 2030, no mercado ambulatório, é de 8 871 milhões de euros, o que equivale ao investimento na construção de um novo aeroporto”, disse Maria do Carmo Neves.
“Considerando que o valor de mercado destas soluções terapêuticas é também um importante indicador económico e social, é prioritário assegurar o crescimento da quota nos próximos anos. Aquando da assinatura do memorando de entendimento com a troika, em 2011, foi estabelecido o objetivo de atingir a quota de mercado de 60% em 2014. Em 2024, passados 10 anos, retomamos o mesmo objetivo. Países mais desenvolvidos, com populações com maior poder de compra e mais literacia em saúde apresentam maiores quotas de mercado de medicamentos genéricos. Aliás, destacamos a Alemanha onde 8 em cada 10 doentes são tratados com estas tecnologias de saúde”, acrescentou.
A finalizar, salientou “que o medicamento originador de hoje vai gerar, no futuro, o medicamento genérico ou biossimilar, pelo que a sustentabilidade tem de ser transversal a toda a cadeia do medicamento. Neste sentido, é fundamental assegurar o maior acesso à saúde das famílias e, neste caso, os medicamentos genéricos e biossimilares têm um papel preponderante nesta missão social e económica, contribuindo para um mercado mais competitivo”.
Estes são dados do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), e do contador online no site da APOGEN, lançado em 2020 através de uma parceria entre a Associação Nacional das Farmácias (ANF) e a Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (APOGEN), que, em 2024, já regista até hoje um valor superior a 96 milhões de euros.
Segundo a Health Market Research (HMR), em 2023, foram dispensadas cerca de 108 milhões de embalagens de medicamentos genéricos nas farmácias comunitárias, o que corresponde a um crescimento de 5,7% face ao ano anterior.