Venda de MNSRM fora das farmácias aumentou 14,3% 786

Os utentes gastaram mais 28,9 milhões de euros (+6,8%) em medicamentos do que no primeiro semestre do ano passado, ultrapassando os 454,5 M€, enquanto as comparticipações do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aumentaram 3,4%, atingindo os 818,1 milhões de euros.

Segundo o relatório da monitorização da despesa com medicamentos em ambulatório referente aos primeiros seis meses do ano, divulgado, esta terça-feira, pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), e citado pela Lusa, as classes terapêuticas com maiores encargos para o SNS foram:

  • Antidiabéticos, com uma despesa superior a 196,4 milhões de euros, o que representa um aumento de 9,2% (mais 16,6 milhões).
  • Anticoagulantes, com uma despesa de 77,4 milhões de euros, uma das poucas que baixou face ao período homólogo (-17,9%, menos 16,9 milhões),
  • Analgésicos estupefacientes, com os quais o SNS gastou 14,9M (-23,2%) entre janeiro e junho deste ano.

Quanto às substâncias ativas, os dados revelam que:

  • Apagliflozina, usada para o tratamento da diabetes tipo 2, foi a substância em que a despesa foi maior, pois  o SNS gastou nos primeiros seis meses do ano mais de 36,7 M€, uma subida de 26,5% relativamente ao período homólogo.
  • A conjugação dapagliflozina + metformina, para melhorar do controlo glicémico em pessoas com diabetes mellitus tipo 2, originou uma despesa superior a 30,5 M€ (+ 18,3%).
  • A maior descida na despesa com medicamentos deu-se com a substância ativa apixabano (-42,1%9), que inibe a agregação de plaquetas no sangue, prevenindo a formação de trombos, com a qual o SNS gastou 18,6 M€.

Outros dados

  • Embalagens: O número de embalagens dispensadas no mercado comparticipado subiu 3,6%, atingindo os 95,2 milhões.
  • Medicamentos genéricos: A tendência de aumento da quota de sua utilização em meio ambulatório atingiu novo máximo de 52% em unidades dispensadas nas farmácias comunitárias, com os medicamentos anticoagulantes a serem a classe com maior contributo neste aumento.
  • Medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) dispensados fora das farmácias: os dados mostram um aumento de 14,3% no número de embalagens dispensadas face ao semestre homólogo. Os analgésicos e antipiréticos continuam a ser a classe terapêutica mais vendida.
  • Consultas: No primeiro semestre do ano houve 3,2 milhões de consultas no SNS, menos 84 mil (-2,5%) do que em igual período do ano passado.