Venezuela alarga às farmácias controlo de compras através da impressão digital 359

Venezuela alarga às farmácias controlo de compras através da impressão digital

27 de Agosto de 2014

As autoridades venezuelanas anunciaram ontem que vão alargar às farmácias o sistema de controlo biométrico em implementação nos supermercados públicos e privados para controlar as compras recorrentes do mesmo produto e combater o contrabando.

O anúncio foi feito pelo superintendente nacional de Preços Justos, Andrés Eloy Méndez, que disse estarem a decorrer conversações com várias das principais redes de farmácias do país.

A 19 de agosto último as autoridades venezuelanas anunciaram a instalação de um sistema de controlo biométrico nos supermercados públicos e privados para controlar as compras recorrentes do mesmo produto pelo mesmo cliente e combater o contrabando.

Segundo a “Lusa”, o sistema deverá estar em funcionamento até ao final de novembro e visa também combater a economia paralela.

O sistema biométrico consiste na atribuição de um cartão numerado com os dados do cliente, que estará associado às suas impressões digitais e à base de dados de cidadãos, do Conselho Nacional Eleitoral.

A instalação do sistema continua a ocasionar reações, a favor e contra, em diversos setores da sociedade venezuelana, com os opositores do executivo a questionarem a efetividade da medida no combate ao contrabando.

Para o ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski, o mecanismo constitui «um racionamento já formalmente instalado, pelo que os venezuelanos devem erguer-se para lutar pelos seus direitos».

Por outro lado o autarca Henry Falcón, da oposição, é da opinião que a instalação do leitor de impressões digitais «não resolverá o problema de desequilíbrio» no abastecimento de produtos no país.

Entre as vozes discordantes está também o Partido Social Cristão Copei, que desafiou o Governo a criar um «cartão de compensação que implique o acesso real a produtos básicos» que escasseiam no país.

No passado dia 11, a Venezuela enviou pelo menos 17.000 militares para a fronteira com a Colômbia, no que representou uma de várias medidas para combater o contrabando de bens essenciais e de combustível, que gera prejuízos aos dois países.

O envio dos militares aconteceu horas antes de a Venezuela encerrar, pela primeira vez, a fronteira para combater o contrabando de produtos, num gesto contestado pelas autoridades colombianas.

Entretanto as autoridades venezuelanas proibiram o trânsito, pelo território nacional, de vários alimentos, bens de higiene pessoal, medicamentos, textos escolares, materiais para a construção civil, e produtos terminados, com fins de exportação.