Venezuela alarga às farmácias controlo de compras através da impressão digital
27 de Agosto de 2014
As autoridades venezuelanas anunciaram ontem que vão alargar às farmácias o sistema de controlo biométrico em implementação nos supermercados públicos e privados para controlar as compras recorrentes do mesmo produto e combater o contrabando.
O anúncio foi feito pelo superintendente nacional de Preços Justos, Andrés Eloy Méndez, que disse estarem a decorrer conversações com várias das principais redes de farmácias do país.
A 19 de agosto último as autoridades venezuelanas anunciaram a instalação de um sistema de controlo biométrico nos supermercados públicos e privados para controlar as compras recorrentes do mesmo produto pelo mesmo cliente e combater o contrabando.
Segundo a “Lusa”, o sistema deverá estar em funcionamento até ao final de novembro e visa também combater a economia paralela.
O sistema biométrico consiste na atribuição de um cartão numerado com os dados do cliente, que estará associado às suas impressões digitais e à base de dados de cidadãos, do Conselho Nacional Eleitoral.
A instalação do sistema continua a ocasionar reações, a favor e contra, em diversos setores da sociedade venezuelana, com os opositores do executivo a questionarem a efetividade da medida no combate ao contrabando.
Para o ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski, o mecanismo constitui «um racionamento já formalmente instalado, pelo que os venezuelanos devem erguer-se para lutar pelos seus direitos».
Por outro lado o autarca Henry Falcón, da oposição, é da opinião que a instalação do leitor de impressões digitais «não resolverá o problema de desequilíbrio» no abastecimento de produtos no país.
Entre as vozes discordantes está também o Partido Social Cristão Copei, que desafiou o Governo a criar um «cartão de compensação que implique o acesso real a produtos básicos» que escasseiam no país.
No passado dia 11, a Venezuela enviou pelo menos 17.000 militares para a fronteira com a Colômbia, no que representou uma de várias medidas para combater o contrabando de bens essenciais e de combustível, que gera prejuízos aos dois países.
O envio dos militares aconteceu horas antes de a Venezuela encerrar, pela primeira vez, a fronteira para combater o contrabando de produtos, num gesto contestado pelas autoridades colombianas.
Entretanto as autoridades venezuelanas proibiram o trânsito, pelo território nacional, de vários alimentos, bens de higiene pessoal, medicamentos, textos escolares, materiais para a construção civil, e produtos terminados, com fins de exportação.