Portugal vai reforçar os canais para fazer chegar medicamentos aos luso-venezuelanos, uma área com «grandes carências», anunciou hoje a secretária de Estado da Saúde, Rosa Valente Matos.
«Há de facto aqui uma grande carência na área do medicamento à qual o Governo português tem estado atento e respondendo. E vamos ainda responder mais e melhor. E por isso vamos assinar um protocolo onde esta área do medicamento é bastante focada e vão ser criados canais mais facilitadores para que os medicamentos cheguem efetivamente àqueles que precisam dele”, disse.
Rosa Valente Matos falava à agência “Lusa”, em Anzoátegui, durante uma visita ao Centro de Especialidades Médicas Virgem del Valle, onde funciona um dos núcleos da Rede Portuguesa de Assistência Médica e Social.
«Será assinado envolvendo o Governo de Portugal e as entidades responsáveis como a Embaixada (de Portugal em Caracas), os consulados e obviamente a Associação de Médicos Luso-venezuelanos (Assomeluve) que constituiu esta rede», disse.
Rosa Valente Matos que está na Venezuela pela primeira vez como secretária de Estado da Saúde, integra uma delegação que acompanha o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, que está de visita à Venezuela.
«Estamos aqui hoje porque esta rede existe e faz este levantamento não só em termos de saúde mas também em termos sociais, faz o levantamento das necessidades, prioriza essas necessidades e faz chegar à embaixada que por sua vez faz chegar aos canais respetivos, para que a resposta seja dada».
«Eu vim especificamente mais para me focar naquilo que é a saúde e as necessidades que as pessoas têm», disse, destacando nomeadamente a falta de medicamentos.
Agostinho Vieira, da Assomeluve, explicou à Lusa que as doenças que mais afetam os portugueses são «doenças crónicas, diabetes, hipertensão arterial, artrite, insuficiência venosa, e há uma percentagem de pacientes que tem problemas urológicos, oncológicos, que precisam de apoio, de medicamentos».
Precisam também de tratamentos, se possível em Portugal, nos diferentes centros de (saúde) portugueses.
«As pessoas que estão doentes, portugueses e filhos de portugueses, estão esperançadas em que possam ser ajudadas pelo Governo português e isso é bem-vindo aqui e agradece-se que estejam a olhar para os portugueses que vivem na Venezuela», concluiu.