Viagra combate há 17 anos a disfunção erétil 719

Viagra combate há 17 anos a disfunção erétil

18 de Agosto de 2015

Há 17 anos que o Viagra ajuda a combater a disfunção eréctil. Os comprimidos azuis em forma de losango chegaram ao mercado norte-americano e ao Brasil em junho de 1998, tendo revolucionado o tratamento da disfunção comum. Em outubro desse ano estavam em Portugal. 

 

Hoje, as alternativas ao fármaco comercializado pela farmacêutica Pfizer são muitas, o que faz com que o Viagra tenha deixado de ser um monopólio, avançou o “Público”.

 

O composto ativo do Viagra é o citrato de sildenafil. Inicialmente estudado para o tratamento da hipertensão arterial, os investigadores da Pfizer descobriram depois que este composto tinha um efeito positivo na ereção masculina.

 

Quando tudo corre bem, a excitação sexual faz com que o sangue entre nos vasos sanguíneos que percorrem o corpo cavernoso do pénis, permitindo a ereção. Isto só é possível porque, com a excitação, há a libertação de químicos que relaxam estes vasos sanguíneos. O corpo humano pára naturalmente a ereção usando uma enzima chamada fosfodiesterase-5, que inaciva os químicos responsáveis pela relaxação dos vasos sanguíneos, fulcral para a ereção.

 

No caso da disfunção eréctil, muitas vezes associada a idades mais avançadas, mas que pode existir em qualquer idade, tanto por motivos fisiológicos como psicológicos, há um curto-circuito na ereção. Nesse caso, o citrato de sildenafil pode ajudar, já que inibe a fosfodiesterase-5, permitindo assim o relaxamento dos vasos sanguíneos do corpo cavernoso e a subsequente ereção do pénis no caso de haver excitação sexual.

 

Antes do Viagra, as alternativas para o tratamento da disfunção sexual passavam por injecções directas no pénis ou a inserção de dispositivos mecânicos. Apesar de o novo comprimido ser contra-indicado para pessoas com angina de peito (dores no peito por não chegar suficiente sangue oxigenado ao coração) medicadas com vasodilatadores, e ter de ser usado com precaução por pessoas com doença cardíaca grave e outros problemas, o certo é que mais de 37 milhões de homens já recorreram ao fármaco em todo o mundo.

 

Entretanto, ao mercado farmacêutico chegaram duas alternativas ao Viagra: o Cialis, do laboratório norte-americano Eli Lilly; e o Levitra, das empresas farmacêuticas Bayer, GlaxoSmithKline e Schering-Plough, ambos aprovados em 2003 nos EUA. Os dois fármacos têm compostos ativos diferentes entre si (o tadalafil e o vardenafil, respetivamente) e também o Viagra. Embora com algumas diferenças, atuam de uma forma semelhante ao citrato de sildenafil. O Cialis tem um efeito mais duradouro do que o Viagra. Estas novidades tiraram o monopólio do mercado à Pfizer.

 

Mais recentemente, vários comprimidos genéricos com o mesmo princípio ativo do Viagra foram lançados no mercado. A patente do medicamento da Pfizer caiu, em 2013, em muitos países europeus e, em janeiro de 2014, em Portugal. 

 

Uma caixa de quatro comprimidos de 25 miligramas dos 19 genéricos comercializados em Portugal custa entre 12,93 euros e 16,42 euros, enquanto o Viagra custa 32,95 euros, segundo o INFARMED. Há ainda outros genéricos, mas com dosagem e número de comprimidos diferentes.

 

Esta mudança foi significativa para o mercado, passando-se em Portugal de 51.209 embalagens vendidas em dezembro de 2013 para 85.261 em janeiro de 2014. Os genéricos fizeram disparar as vendas com 30.350 embalagens consumidas a mais. Entre 2006 e 2013, compraram-se mais de um milhão de embalagens de Viagra em Portugal e o laboratório faturou mais de 36 milhões de euros. Mas os genéricos vieram alterar esta dinâmica e a própria Pfizer já vende um medicamento genérico do Viagra.

 

As vendas anuais de Viagra situam-se em 1.173 milhões de euros nos Estados Unidos e 1.624 milhões de euros no mundo, segundo a agência de notícias “Reuters”. Em 2017, os genéricos do Viagra vão também estar disponíveis nos Estados Unidos, o que terá um impacto neste medicamento, mas vai permitir que chegue a mais pessoas.