VIH: Autoridades recomendam testes devido ao aumento da prevalência em pessoas entre os 50 e 65 anos 23 de Novembro de 2015 As autoridades de saúde aconselham todas as pessoas com mais de 18 anos a realizarem o teste ao VIH, tendo em conta o aumento da infeção em pessoas com mais de 50 e 65 anos. De acordo com o relatório Infeção por VIH, Sida e Tuberculose em números – 2015, mais de um quarto dos novos casos notificados em 2014 ocorreram em pessoas com 50 ou mais anos de idade e 6,5% em pessoas acima de 65 anos. Para o diretor do Programa Nacional para a Infeção VIH/Sida, António Diniz, registou-se novamente um aumento da frequência de casos em pessoas com mais de 50 e 65 anos. Por esta razão, as autoridades aconselham a realização de um teste ao VIH a todas as pessoas com mais de 18 anos e não apenas às menores de 65 anos, como faziam até então. Em 2014, registaram-se sete novos casos de VIH em pessoas com mais de 80 anos, 15 entre os 75 e os 79 anos, 19 entre os 70 e os 74 anos e 41 entre os 65 e os 69 anos. O documento indica que, desde o início da epidemia em Portugal, 74,2% dos casos notificados ocorreram no grupo etário 20-44 anos e 14,6% em pessoas acima dos 49 anos. Em 2014 voltou a registar-se uma descida de casos entre os 20-44 anos. Em termos geográficos, as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e o Algarve concentraram 68,5% dos novos casos de VIH. «Devem, por isso, adotar-se medidas específicas para estas regiões, nomeadamente para a área metropolitana de Lisboa», defendem os autores do relatório. No ano em análise, a transmissão mãe-filho da infeção por VIH registou um acréscimo do número de casos: quatro (três em 2013). «Mesmo considerando a reduzida expressão numérica e a dificuldade de controlo de situações de afluxo de pessoas provenientes de outros países no período final de gravidez, este acréscimo deve incentivar a melhoria da estratégia de diagnóstico e adesão ao seguimento médico regular durante a gravidez das mulheres infetadas por VIH», lê-se no documento. Em Portugal continua a predominar a transmissão por via heterossexual, assistindo-se a um acréscimo progressivo nos homens que têm sexo com homens. Quanto aos utilizadores de drogas injetáveis, a taxa de infeção é agora inferior à média europeia. António Diniz sublinhou ainda a proporção de novos casos de infeção por VIH com sífilis (6,3%). O responsável do programa avançou com a estimativa de 0,6% de pessoas a viverem infetadas pelo VIH em Portugal, o que totaliza 59.365 cidadãos. Em 2014 registaram-se 1.220 novos casos de VIH: 876 homens e 344 mulheres. Destes, 18,3% apresentavam já sida. |