Vila do Conde adere à rede solidária do medicamento
20 de julho de 2018 A Câmara Municipal de Vila do Conde estabeleceu ontem um protocolo com a Associação Dignitude, que vai permitir às pessoas carenciadas do concelho terem acesso a medicamentos de forma gratuita. O programa, denominado abem – Rede Solidária de Medicamentos, prevê abranger, em Vila do Conde, cerca de 200 beneficiários, assumindo os custos da parte não comparticipada pelo Estado dos fármacos a quem comprovar necessitar dos mesmos e não ter possibilidades económicas para os comprar. A autarquia vai contribuir com uma verba de 20 mil euros para o fundo global, que engloba, também, participações de outros municípios, farmácias, empresas, instituições de solidariedade social e de donativos particulares e que, em todo o país, já ajuda mais de cinco mil pessoas. «Estamos a desenvolver esforços para ajudarmos ainda mais pessoas, com um fundo solidário capaz de responder a todas as necessidades, mas que avance com toda segurança», começou por dizer Maria de Belém Roseira, coordenadora-geral da Associação Dignitude. A ex-ministra da Saúde considerou que este terá de ser «um trabalho em rede», destacando a importância do poder local se envolver no programa. «Gostei muito que cá estivessem várias entidades, porque temos de funcionar em rede para perceber melhor as necessidades. Nestas parcerias o poder local é muito importante, porque é quem conhece as pessoas e percebe as reais necessidades», vincou Maria de Belém Roseira. Esse facto foi também destacado por Elisa Ferraz, presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, que convidou para a cerimónia de assinatura do protocolo os presidentes das juntas de freguesia do concelho. «São quem, nas freguesias, melhor conhece a realidade de cada agregado familiar e vão ter um papel preponderante para indicar as necessidades e, também, informar a população», vincou a autarca. Elisa Ferraz lembrou que o município «já tem um fundo de emergência social que, entre outras ações, também apoia nesta questão dos medicamentos», mas considerou que com esta parceria o apoio «será mais eficaz». «Com o apoio da Associação [Dignitude], será emitido um cartão, com o qual as pessoas se podem dirigir às farmácias aderentes e ter acesso gratuito aos medicamentos, prescritos por um médico, desde que, previamente, justifiquem que não têm possibilidade de os adquirir», explicou Elisa Ferraz. A presidente de câmara garantiu que a situação de carência será avaliada pelos serviços sociais da autarquia, devendo ser a esse local que os potenciais beneficiários se devem dirigir. «Já temos muitas famílias devidamente assinaladas e estimamos que este programa vá abranger 200 pessoas, mas faremos frequentemente uma avaliação para saber se será necessários aumentarmos a comparticipação», acrescentou. A duração desta parceria será de um ano, renovável automaticamente pela vontade de ambas as partes. Desde que foi implementado, em 2015, que este programa abem – Rede Solidária do Medicamento já apoiou mais de cinco mil pessoas, com cerca de 88 mil medicamentos, em 80 municípios do país. Além das entidades que contribuem para o fundo, a Associação Dignitude, que gere a iniciativa, promove várias campanhas solidárias ao longo do ano, estando também aberta aos contributos do cidadão comum. O Programa abem foi distinguido, em 2017, com o Prémio Almofariz para melhor Projeto. |