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Vinte mil doentes com epilepsia à espera de cirurgia

09 de Fevereiro de 2015

Vinte mil pessoas com a forma mais grave de epilepsia queixam-se de atrasos na referenciação para cirurgia. A denúncia parte da Liga Portuguesa contra a epilepsia.

Para estes doentes, os medicamentos já não resolvem o problema. A epilepsia refractária, a forma mais grave da doença, afeta um terço do universo dos portadores de epilepsia em Portugal e o único tratamento possível é a cirurgia. A taxa de sucesso é altamente satisfatória, mas a espera é longa.

Em declarações à “Renascença”, o presidente da Liga Portuguesa contra a Epilepsia (LPCE), Francisco Sales, falou de «um atraso grande no envio dos doentes para cirurgia, e a percentagem de cura é muito elevada: em cada dois doentes, um fica completamente sem crises e o outro melhora substancialmente».

Outro problema é o difícil acesso aos medicamentos nas farmácias. Francisco Sales disse que «muitas vezes as farmácias não têm os medicamentos em stock e os doentes têm de esperar várias semanas».

O presidente da Liga Portuguesa contra a Epilepsia alerta contudo que «o doente nunca deve deixar de tomar a medicação».

Daí, o conselho: «tenham stock de medicação em casa porque sabem que, se deixarem chegar ao fim, poderão ter mais dificuldade em comprá-la no imediato».

A Liga Portuguesa contra a Epilepsia estima que todos os anos surjam cinco mil novos casos da doença. Desses, cerca de 300 são candidatos a cirurgia. Mas só 50 são operados.