XV Jornadas de Farmácia Hospitalar: residência farmacêutica é um ponto de não retorno 481

«A criação da residência farmacêutica é, sem dúvida, um marco histórico». O seu início, no passado dia 2 de janeiro é um dos aspetos mais positivos da Carreira Farmacêutica e é um ponto de não retorno», afirmou o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos na sessão de abertura das XV Jornadas de Farmácia Hospitalar, que este ano voltaram a realizar-se em formato presencial e online.

Relativamente à alteração da legislação sobre a Carreira Farmacêutica, Helder Mota Filipe garantiu «continuaremos a trabalhar de forma insistente junto da tutela». A situação atual «não serve a profissão farmacêutica no SNS, o funcionamento adequado do próprio SNS e os portugueses».

De acordo com o responsável, «o reconhecimento mútuo ou a co-titulação entre o SNS e a Ordem dos Farmacêuticos é um princípio base do qual não abdicaremos».

Subordinadas ao tema “Desafios cíclicos – Realidades em transformação”, as XV Jornadas, realizadas no passado sábado, dia 25 de fevereiro, deram particular destaque ao papel central do farmacêutico hospitalar na adoção dos biossimilares pelos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, contribuindo para a formação e informação de outros profissionais, desconstruindo as barreiras e os mitos iniciais.

A residência farmacêutica foi o segundo tema em discussão. As sessões contaram com a colaboração de farmacêuticos espanhóis – que relataram a situação da residência farmacêutica naquele país, cujo programa data de 1999 – e portugueses. Designadamente, Carlos Maurício Barbosa, presidente da Comissão Nacional da Residência Farmacêutica e Paula Campos, ex-presidente do Conselho do Colégio de Especialidade em Farmácia Hospitalar (CCEFH) e atual membro da comissão, que se debruçaram sobre os critérios de atribuição de idoneidade formativa às unidades de saúde para que possam acolher o programa da residência e a procura de consensos sobre como devem evoluir.

A finalizar os trabalhos, o atual presidente do CCEFH, João Ribeiro, anunciou a criação do evento “A hora do Colégio”. Aproveitando a tecnologia e a experiência adquirida em reuniões telemáticas, este espaço de partilha visa acolher propostas de debate ou temas de formação que os farmacêuticos hospitalares considerem pertinentes e necessários. O primeiro destes temas, agendado para o mês de março (em dia a anunciar), dará continuidade ao debate iniciado nas XV Jornadas sobre a residência farmacêutica.

De salientar ainda que, nesta edição, o Conselho do Colégio de Especialidade em Farmácia Hospitalar atribuiu o Prémio Pegadas à farmacêutica Paula Almeida. Helder Mota Filipe salientou, a este propósito, que se trata da «definição de líder, de alguém que cria escola e que fica feliz com o sucesso daqueles que foram seus discípulos».