Zambon: Fluimucil reduz as exacerbações da DPOC e atrasa progressão da doença 29 de Junho de 2015 Fluimucil (N-acetilcisteína, NAC) provou, nos últimos anos, ser altamente eficaz no tratamento da doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).
Devido à sua ação mucolítica, mas principalmente à sua ação antioxidante, têm vindo a ser apresentadas novas provas de que é capaz de representar, em doses elevadas, uma abordagem terapêutica muito eficaz no combate ao stress oxidativo causado pela inflamação crónica: ambos elementos principais da patogénese da DPOC.
É um dos fármacos mais conhecidos e utilizados na Europa e em Portugal, uma ferramenta terapêutica valiosa em patologias do foro respiratório, que mantém o interesse por parte da comunidade científica.
Maurizio Castorina, CEO do grupo Zambon, revelou em comunicado que «os investigadores trabalham incessantemente para encontrar novas oportunidades de tratamento para a maioria das moléculas que possuem uma história importante, como a NAC, e cujo mecanismo de ação conhecemos bem. A Zambon está a investir neste campo, mais precisamente na identificação de novas possibilidades terapêuticas da NAC, para doenças tais como a DPOC e doenças raras».
Devido à complexa patogénese da DPOC, as terapias mais utilizadas hoje em dia para o tratamento da DPOC – nomeadamente broncodilatadores e corticosteroides inalados – atuam essencialmente nos sintomas da doença, sem afetar o seu mecanismo fisiopatológico, influindo ligeiramente na evolução da doença ao reduzir a frequência das exacerbações.
Este resultado foi, pelo contrário, alcançado com a N-acetilcisteína (NAC), que se encontra hoje entre as moléculas mais estudadas como oportunidade terapêutica no combate à DPOC pelas suas propriedades antioxidantes e mucolíticas. «A NAC – disse o professor Richard Dekhuijzen, do Radboud Medical Center de Nijmegen, Holanda, foi usada como terapia adicional em doentes com DPOC, não apenas para reduzir os sintomas, mas também para diminuir a frequência de exacerbações e atrasar o declínio funcional causado pela doença».
Os resultados do amplo ensaio clínico aleatorizado, com dupla ocultação, PANTHEON (ensaio controlado por placebo sobre a eficácia e segurança da N-acetilcisteína em doses elevadas nas exacerbações da doença pulmonar obstrutiva crónica), realizado em 34 hospitais chineses, com mais de mil doentes, foram publicados em 2014 na revista “Lancet Respiratory Medicine”, e mostram como a NAC, em doses elevadas, reduz significativamente a frequência das exacerbações, com uma elevada e diferenciada tolerabilidade que confirma o seu perfil de segurança.
Os resultados do ensaio PANTHEON foram, efetivamente, a confirmação das evidências anteriormente observadas acerca da eficácia da NAC em doentes com DPOC moderada a grave e, especialmente, sobre a capacidade do fármaco para preservar a funcionalidade das pequenas vias respiratórias.
Os resultados do ensaio HIACE (doses elevadas de N-acetilcisteína em doentes com DPOC propensos a exacerbação), publicados em 2013 na revista científica “CHEST” – órgão oficial do American College of Chest Physicians – mostraram que o tratamento de um ano com elevadas doses de NAC numa amostra de doentes chineses com DPOC, reduz a taxa de exacerbações (50% menos do que na população tratada com placebo), prolonga o período de tempo sem exacerbações e aumenta as hipóteses de não experienciar qualquer exacerbação ao longo do ano, com uma melhoria, estatisticamente significativada, da função pulmonar para as pequenas vias respiratórias.
O ensaio HIACE mostra também que a NAC tem um maior efeito na redução das exacerbações em doentes com DPOC sintomática de gravidade moderada. Esta evidência sublinha a importância – já imposta devido ao padrão típico de progressão da DPOC – de administrar a NAC como terapia complementar (add-on therapy) de outros fármacos indicados para a doença, como os broncodilatadores, o principal tratamento para a DPOC. A maioria dos doentes, independentemente da gravidade da doença, é tratada com todas as três principais classes de fármacos inalados, indicados na DPOC: LABA (beta2 agonista de longa duração de ação), LAMA (antagonista muscarínico de longa duração de ação) e corticosteroides inalados (ICS). Este regime terapêutico pode ser útil para manter a doença controlada em doentes com dificuldades respiratórias, que apresentam sintomas clínicos precisos.
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