Zika: Infeção de mosquitos com bactéria pode reduzir transmissão do vírus 05 de Maio de 2016 Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) constatou que a bactéria usada para tentar reduzir a propagação da febre de dengue também é eficaz contra o vírus Zika, de acordo com um artigo publicado ontem na revista “Cell Host & Microbe”. Luciano Moreira, líder do projeto “Eliminar a Dengue: Desafio Brasil”, citado pela “Agência Brasil”, referiu que a nova experiência de laboratório mostrou que os mosquitos infetados com a bactéria Wolbachia não têm capacidade para transmitir o Zika. «Mostramos isso fazendo a seguinte experiência: tínhamos mosquitos que estavam infetados [com Zika], divididos em dois grupos: com Wolbachia e sem Wolbachia. Depois de duas semanas, coletámos a saliva dos mosquitos dos dois grupos e a injetámos em mosquitos sadios, que nunca haviam visto o vírus [Zika]», explicou, citado pela “Lusa”. O investigador acrescentou que «quando a saliva tem origem nos mosquitos com Wolbachia, não se consegue fazer uma infeção nos mosquitos [sadios]», o que mostra «que a Wolbachia bloqueou a transmissão do vírus». Desde 2014 que a Fiocruz estuda os chamados “mosquitos do bem” como um meio natural de controlo da febre de dengue. Os pesquisadores defendem que essa é uma alternativa natural, segura e autossustentável para o combate da dengue, Zika e chikungunya, diversos tipos de febres hemorrágicas. O Brasil registou 91.387 casos prováveis de Zika em 2016, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados no passado dia 26 de abril. Desde 2007 que a infeção com o vírus Zika já foi registada em 39 países do mundo. |